As crianças e adolescentes chegam a Santa Fé por decisão judicial ou por encaminhamento de Conselhos Tutelares e da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social - SMADS, permanecendo até que:
- retornem às suas famílias de origem;
- sejam adotadas;
- completem 18 anos ou sejam emancipadas.
Nesse caminho, que muitas vezes pode durar até a maioridade da criança, a Santa Fé realiza um trabalho de acolhimento, acompanhamento e tratamento dos seus aspectos físicos e psicológicos. Não basta restituir seus direitos fundamentais como alimentação, saúde, educação, lazer, profissionalização, mas o direito de ser ela mesma, sujeito de sua própria vida.
Acreditamos que a assistência também está no ambiente, no conjunto de pequenos cuidados que são dispensados no dia-a-dia, oferecendo-lhe uma nova oportunidade para resignificar suas vivências dramáticas.
Este é o diferencial da Santa Fé: possibilitar, às crianças e adolescentes, o desenvolvimento de todos os seus potenciais.
No Minha Casa, uma equipe preparada para lidar com as mais diversas situações traumáticas oferece todo o apoio necessário para o entendimento da situação presente, integração social e acompanhamento individual.
No caso específico das meninas-mães da Casa Vovó Ilza, é fundamental a atenção especializada para que possam ser cuidadas durante a gestação e desenvolver a função materna. Suas experiências, diante dos conflitos familiares vivenciados, não lhes forneceram repertório afetivo. É preciso “materná-las” para que possam cuidar de seus filhos e interromper o doloroso ciclo de violência presente em todas as gerações de suas famílias.
No Programa Família Acolhedora, crianças de 0 a 2 anos, afastadas de suas famílias de origem por medida de proteção, são encaminhadas para famílias voluntárias vinculadas ao serviço, encarregadas de desempenhar os cuidados primordiais com estes bebês, até que seja possível o retorno real e sustentável ao seu lar de origem.
Paralelamente ao trabalho com as crianças e adolescentes, a Santa Fé prepara também as famílias, ajudando a estabilizá-las financeiramente e emocionalmente para receberem de volta seus filhos. Este é o programa Mudando a História/Construindo Pontes que viabiliza desde pequenas reformas nas moradias até o tratamento de alcoolismo e drogadição.
A metodologia sistêmica inclui ainda o programa Fortalecendo Famílias com o objetivo de promover o resgate dos vínculos afetivos, sociais e culturais entre as famílias e as crianças, adolescentes e jovens atendidos pela Santa Fé.
Sabendo dos desafios enfrentados durante o processo de emancipação, a Santa Fé desenvolveu um programa para as jovens que não foram reintegradas às suas famílias, o Moradia Para Jovens Emancipados, a fim de auxiliá-las no início desta nova fase de suas vidas.
Para a Santa Fé, os vínculos formados com as crianças, adolescentes e suas famílias, mesmo após o retorno às suas casas, devem ser reafirmados. O programa Educação Continuada é essencial para acompanhar, sistematicamente, por no mínimo dois anos, o desenvolvimento de todos aqueles que já passaram pelas casas. Prevenir problemas e apoiá-los em suas dificuldades é o principal objetivo.
Metodologia
- A criança e o adolescente são o centro de toda a ação e o reconhecimento de sua história, suas necessidades e desejos é o ponto de partida de qualquer intervenção.
- Equipe multidisciplinar a serviço da criança e do adolescente, oferecendo-lhes um ambiente seguro e saudável, promovendo o direito à vida e à individualidade.
- As rotinas de convívio social são cuidadosamente implantadas a partir de ampla discussão com as crianças e adolescentes, buscando uma forma de comunicação aberta e direta, pontuando responsabilidades e limites.
- O espaço de convivência deve ser mantido e percebido como um lar.
- Reconhecimento e respeito incondicionais aos seus direitos, postulados pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), destacando o da convivência familiar.